A PEQUENA LANTERNA DE CHAPÉU não se confunde com a head lamp. Na verdade, o termo “lanterna de cabeça” foi usado, desde o começo do séc. XX, mas para definir um outro tipo de lâmpada, que era aquela conectada ao gerador de acetileno preso à cintura, como a Justrite model nº 44, de 1914. O fato é que, na América do Norte, houve uma explosão de modelos de cap lamps, com não visto em nenhuma parte do mundo (SANCHIS, J. M. Lámparas de Mina Españolas. Miedit, p. 150). Importa dizer que a lanterninha de carbureto para uso atrelado ao boné é uma derivação direta da concepção da lamparina oil-wick cap lamp, muito difundida nos Estados Unidos no séc. XIX. Então, se nas minas europeias havia a massificação da lanterna de segurança de Davy, na mineração norte-americana os pavios que queimavam óleo nos chapéus eram o padrão oposto existente na travessia do Atlântico. E com isso não se nega a existência de lanternas de chapéu na Europa. Na verdade, houve fabricantes importantes, como a Premier ou a Friemann & Wolf, mas a quantidade de equipamentos fabricados e modelos criados não se comparam aos Estados Unidos. Certamente, no início da difusão do carbureto, houve uma maciça propaganda feita na América do Norte pelo inventor Frederick Baldwin, que apresentou ao mundo uma junção de conceitos: uma lanterna de dimensões similares aos pequenos bules alimentados por óleo, mas que queimava com maior eficiência, entregando mais luz e menos fuligem. Corroborando essa tese, observe-se que o mineiro europeu, durante o século XIX, usava de forma abundante o astiquette ou bougeoir, que correspondia ao miner candlestick norte-americano. Todos esses são equipamento que podem ser presos ou espetados às paredes das minas. Já a pequena lamparina de óleo, até por seu diminuto tamanho e fragilidade, foi concebida para não sair do chapéu. Então, dentro de uma perspectiva eminentemente cultural, nota-se uma divergência na escolha do equipamento de iluminação que diferencia os Estados Unidos e fazem a cap lamp ser o padrão adotado no início do séc. XX (CREMMER, G. American Miners’ Carbide Lamps. Tucson: Westernlore, 1987. p. 51).